segunda-feira, 24 de março de 2014

* Cientistas desenvolvem maneiras efetivas de salvar a vida de passageiros em acidentes aéreos


Até agora não existiam maneiras definitivas de salvar a vida de passageiros durante um desastre aéreo. Essa impossibilidade se transformou em obsessão de um grupo de investigadores da Moldávia, país da Europa Oriental.
Depois de inúmeras provas e pesquisas, o grupo liderado por Alexander Balan anunciou não apenas uma, mas duas novidades que podem salvar muitas vidas, em caso de desastres aéreos.
A primeira, chamada SIAAB1 2013, consiste de uma substância química que impede a explosão do querosene, em caso de choque do avião. A substância transforma o combustível em um tipo de areia, o que evita as mortes causadas por incêndio ou explosões.
A outra se chama SIAAB2, e parece ter saído direto de um filme de ficção científica: trata-se de uma cápsula que contém um líquido que se ativa sete segundos antes da colisão, preenchendo todo e qualquer espaço no interior da aeronave com espuma solidificada. Isso impede qualquer movimento em torno dos passageiros, o que previne golpes fatais. Depois de 30 segundos, a substância volta ao estado líquido. 
As duas medidas já foram aprovadas e devem entrar em fase de testes na Califórnia até o final do ano. Comprovada a eficácia, poderiam ser implantadas como parte do sistema de segurança de voos comerciais no mundo inteiro.

* Futuro é sombrio, alerta novo relatório sobre clima do IPCC

Enchentes, conflitos e insegurança alimentar integram lista de impactos das mudanças climáticas presentes na segunda parte do documento da ONU


Getty Images
Mãe com criança foge de uma enchente na Indonesia
Enchentes: "centenas de milhões de pessoas" serão forçadas a migrar por causa de inundações
São Paulo – Se nada for feito para reduzir drasticamente as emissões de gases efeito estufa, a humanidade enfrentará um futuro cinzento, marcado por secas, conflitos,inundações, insegurança alimentar e prejuízos econômicos.
O alerta consta de um rascunho da segunda parte do quinto relatório do IPCC, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, que trata dos impactos e adaptações ao aquecimento global.
Cientistas e representantes de governos se reunirão em Yokohama, no Japão, a partir desta segunda-feira (24) para elaborar um resumo de 29 páginas, que será apresentado com o relatório completo no dia 31 de março.
O documento reúne o estado da arte das pesquisas científicas sobre as mudanças climáticas no mundo e servirá para nortear políticas e tomadas de decisão, como a definição de um novo acordo global de redução de emissões pós-Kyoto, em 2015.
Impactos 
Segundo o rascunho, que vazou na Internet, "centenas de milhões de pessoas" serão forçadas a migrar por causa de inundações costeiras que afetarão suas terras com o aumento do nível do mar.
Com a migração em massa aumentam os riscos de violência e conflitos civis e fronteiriços. Europa e a Ásia aparecem como os continentes mais expostos às inundações.
A segurança alimentar também está sob risco: o clima severo reduzirá o rendimento médio das culturas agrícolas em pelo menos 2% por década, enquanto a demanda deverá subir 14% por década até 2050.
De acordo com o britânico Independent, um dos jornais que teve acesso ao rascunho, as perdas econômicas decorrentes do clima alterado são vultosas, beirando US$ 1,4 trilhão, ou cerca de 2% do PIB mundial.
Para cada aumento de um grau na temperatura, mais 7% da população mundial vai ficar com um quinto do acesso que tem à água hoje, acrescenta a agência AFP. E, no pior dos cenários, haverá três vezes mais pessoas vulneráveis a inundações causadas por rios.
O lançamento do relatório sobre impactos e mitigação das mudanças climáticas acontece seis meses após o lançamento da primeira parte do estudo da ONU.
Divulgado em setembro de 2013, o documento faz um diagnóstico das transformações climáticas em curso e afirma que há mais de 95% de chance do homem ser o maior culpado.

* Povo Palmarense aguarda ansiosamente inauguração do Mercado da Sulanca!

Há um mês as obras do Mercado da Sulanca dos Palmares foram concluídas. 
Muito esperado há 4 anos para ser construído, o Mercado abrigará vendedores de roupas e calçados populares.

Informações obtidas entre os "sulanqueiros", dizem que o Mercado ainda não foi inaugurado porque aguardam disponibilidades da agenda do Governador do Estado de Pernambuco, Sr. Eduardo Campos. Ele disse à Presidente da Associação dos Sulanqueiros dos Palmares que se não viesse inaugurar, enviaria um representante.
Os sulanqueiros não estão satisfeitos por vários motivos:
- Ouvimos reclamações sobre a demora da obra e agora estão vendo o prédio em condições de funcionamento e não inauguram. Uma comerciante do Pátio da Sulanca se expressou à nossa reportagem: "Não estamos bem... Já viu quem está numa favela se sentir bem?" (os próprios sulanqueiros dizem que a adaptação que fizeram para poder comercializar os produtos, após enchentes de 2010, não passa de um favelamento).
Sulanqueiros dos Palmares reconhecem que fizeram favelamento no Pátio de Eventos Luiz Gonzaga
- "Deveriam entregar logo pra gente aquele prédio... Afinal, seremos nós que terminaremos os boxes que não têm altura apropriada e não colocaram portas"... Perguntei se reclamaram ao Governo municipal atual e disseram que culparam o governo anterior; mas começaram mesmo a construir os boxes ano passado!...
Sulanqueiros dizem que deveriam entregar logo o Mercado para eles organizar os boxes, visto que o Governo não colocará portas e não aumentará a altura das paredes dos boxes. Essas obras serão realizadas pelos pequenos comerciantes da Feira da Sulanca que obtiverem os boxes.
Sulanqueiros reclamam a falta de visita do Prefeito dos Palmares àquele Pátio. Acham que ele deveria se aproximar mais e pressionar o Governador para vir inaugurar o Mercado. Mas por outro lado soubemos que a Presidente da Associação dos Sulanqueiros mantém contatos com o Chefe do Poder Executivo do Município dos Palmares (PE).
Questões polêmicas continuam sobre o Mercado da Sulanca dos Palmares.
Estamos de OLHO aberto!



O visual do Mercado está bonito. Pintado com as cores verde e branca. No pátio bem pavimentado, constatamos o plantio de 13 mudas de árvores, o que proporcionará boa ventilação naquele logradouro público.

É compreensível a ansiedade e revolta dos sulanqueiros, diante dos graves problemas enfrentados por eles que tudo perderam nas enchentes de Junho de 2010. E em 2011 houve mais duas enchentes no mês de maio.
Logo após enchentes de 2010, os sulanqueiros se uniram e aproveitaram as visitas do candidato a reeleição, na época, Governador Eduardo Campos, e reivindicaram a construção de um Mercado para os Sulanqueiros. A reivindicação foi atendida e o terreno foi reservado para a construção iniciada logo em seguida. 


Noutro trecho do Pátio de Eventos Luiz Gonzaga os sulanqueiros montaram barracas improvisadas para levar avante seu comércio alternativo e poder sustentar suas famílias. Luta grande! 


* Vestígios do Big Bang

Pesquisadores anunciam ter detectado pela primeira vez sinais do início da expansão do universo. Se confirmada, a descoberta prova a teoria cosmológica mais famosa e aceita no mundo.
Por: Sofia Moutinho

Vestígios do Big Bang
Com o telescópio BICEP2, no polo Sul, cientistas obtiveram a primeira evidência concreta do Big Bang, ao detectar sinais de ondas gravitacionais que viajam no espaço desde que o universo começou a se expandir. (foto: Steffen Richter/ Harvard University)
Um evento tão magnífico como o Big Bang, que teria dado origem à expansão do nosso universo, não poderia ter passado sem deixar vestígios. Há meio século, pesquisadores do mundo todo buscam, sem sucesso, provas de que esse fenômeno de 13,8 bilhões de anos realmente existiu. Hoje (17/03) um grupo internacional anunciou o que muitos queriam ouvir: conseguiram detectar o rastro de luz invisível deixado no espaço logo após o início de tudo.
O responsável pela façanha foi o radiotelescópio BICEP2, no polo Sul. A máquina buscava no céu sinais das ondas gravitacionais que teriam sido geradas no Big Bang durante o período de inflação do cosmos. Segundo os teóricos, nesse momento o universo se expandiu rapidamente, deixando de ter o tamanho de uma partícula subatômica para ter o tamanho de uma bola de futebol em trilionésimos de segundo.
De acordo com a teoria da relatividade geral de Einstein, essa rápida expansão deveria ter deixado para trás as tais ondas gravitacionais. Para entender, pode-se aludir àquela clássica imagem de uma pedrinha jogada na superfície de um lago. A pedra deforma a água ao seu redor e produz ondas, assim como a massa deforma o espaço e produz ondas gravitacionais que viajam pelo cosmos.
Ondas gravitacionais
Segundo a teoria geral da relatividade, o Big Bang e a expansão do universo teriam gerado ondas gravitacionais que viajam pelo espaço até hoje. (imagem: Universidade de Ontario)
Os cientistas vêm tentando detectar de forma indireta essas ondas do início do universo que estariam se propagando até hoje. Diversos experimentos, inclusive o BICEP2, têm buscado a marca que as ondas deixam na radiação cósmica de fundo, formada por partículas de luz (fótons) liberadas 380 mil anos após o Big Bang e que ainda estão pelo espaço na forma de um ‘calorzinho’ tênue.
Diversos experimentos têm buscado a marca que as ondas deixam na radiação cósmica de fundo, formada por partículas de luz liberadas 380 mil anos após o Big Bang e que ainda estão pelo espaço
“Olhar para a radiação cósmica de fundo é como olhar para uma fotografia do início do nosso universo”, explica o astrofísico Odylio Aguiar, coordenador do detector de ondas gravitacionais Mario Schenberg, da Universidade de São Paulo (USP). “Naquela época, os fótons ficaram livres para percorrer o espaço, mas ainda estavam de certa forma ligados à matéria, que, naquele momento, era distribuída pelas ondas gravitacionais. São os fótons que mostram a distribuição da matéria e revelam as ondas que se formaram em seu início.”
Ninguém havia tido sucesso nessa procura até que o BICEP2 identificou, em uma região da radiação cósmica, uma variação no comportamento da luz condizente com a presença de ondas gravitacionais. A alteração foi também observada por outro telescópio do polo Sul, o Kerck Array, o que deixa os cientistas ainda mais confiantes.
“Nossa descoberta vai abrir uma nova janela para a física, a física do que aconteceu nos primeiros instantes do universo”, disse em coletiva de imprensa o líder da pesquisa, John Kovac, físico do Centro de Astrofísica de Harvard-Smithsonian (EUA).

Digno de Nobel

Se for confirmado, o achado prova de vez a existência do Big Bang e do período de inflação do universo e pode até render um prêmio Nobel ao líder da equipe ou ao teórico norte-americano que em 1980 propôs a inflação, Alan Guth, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
Mas antes os resultados obtidos pelo BICEP2 ainda precisam ser repetidos por outros grupos, como o do telescópio espacial europeu Planck, responsável pelo mais detalhado mapa da radiação cósmica de fundo já feito até hoje, concluído no ano passado.
Mapa da radiação cósmica de fundo
O sinal detectado pelo telescópio BICEP2 agora precisa ser confirmado por outros telescópios, como o Planck, que gerou o mais completo mapa da radiação cósmica de fundo, uma espécie de ‘fóssil’ do calor e da luz nos primeiros momentos do universo. (imagem: Planck/ ESA)
“Se o Planck confirmar o sinal detectado pelo BICEP2, será realmente uma descoberta sem precedentes, mas os rumores na comunidade científica são de que os dados não batem”, conta Aguiar, que recebeu a notícia enquanto participava de uma conferência sobre o assunto na França promovida por outros dois experimentos que estão nessa busca, Virgo e Ligo – que procuram recriar as condições do Big Bang por meio de grandes equipamentos e raios lasers.
Existe a possibilidade de que o sinal detectado pelo BICEP2 seja resultado da interferência de poeira galáctica e que tenha sido mal interpretado. Mas os integrantes da pesquisa estão seguros do contrário, principalmente porque o sinal se mostrou duas vezes mais forte do que o previsto em modelos teóricos.
“Ainda temos que ajustar alguns detalhes, mas pelo que temos em mãos é altamente provável que tenhamos descoberto as ondas gravitacionais”, diz Clem Pryke, da Universidade de Minnesota (EUA).“Estávamos preparados para procurar uma agulha no palheiro e acabamos encontrando um pé-de-cabra.”

Sofia Moutinho
Ciência Hoje On-line

* Porque evitar refrigerante

O refrigerante possui ingredientes que nada contribuem para a saúde. O açúcar ou adoçante (no caso dos light ou zero) provocam a queima de vitaminas e minerais da dieta. Em excesso, o refrigerante aumenta as taxas de glicose e triglicerídeos. É uma bebida viciante, devido à presença de cafeína.
Outro ingrediente perigoso é o ácido fosfórico. Ele reduz a absorção de cálcio, podendo comprometer a manutenção da massa óssea. Além disso, são ricos em corantes, acidulantes, conservantes e possuem teor altíssimo de sódio, que causa retenção de líquidos, elimina cálcio e reduz a disponibilidade de magnésio na circulação, facilitando a formação de gordura corporal.

É uma bebida nutricionalmente pobre, por apresentar apenas calorias vazias (não oferece nenhum benefício). Contribui para o aumento de peso e o aparecimento de celulites (células de gorduras inflamadas).

* Relatório em Davos mostra que 85 pessoas detêm 46% da riqueza mundial

Por Redação, com agências internacionais - de Londres e Davos, Suíça

Davos, este ano, esteve mais para estação de esqui do que para fórum mundial
Davos, este ano, a estação de esqui recebeu mais um fórum mundial
Apenas 85 pessoas no mundo detêm 46% de toda a riqueza produzida no planeta – mesmo percentual de metade da população – segundo um novo relatório, divulgado nesta segunda-feira no Fórum Econômico de Davos, na Suíça. O documento realça a incapacidade de políticos e líderes empresariais em deter o crescimento da desigualdade econômica.
“Os resultados apresentados no estudo minam a democracia e tornam mais difícil a luta contra a pobreza”, afirmou o grupo humanitário britânico Oxfam International, que assina o relatório.
– É impressionante que, em pleno Século XXI, metade da população mundial tenha apenas um pouco mais do que uma elite cujos números permitem tê-los, todos, sentados confortavelmente em um único vagão de um trem. Ampliando-se a desigualdade, cria-se um círculo vicioso no qual a riqueza e o poder concentram-se, cada vez mais, nas mãos de poucos, deixando o resto de nós a lutar por migalhas da mesa superior – disse Winnie Byanuima, diretora executiva do grupo.
Lição de Marx
Em um outro relatório, divulgado na semana passada, o Fórum Econômico Mundial já abordava a desigualdade e a concentração de renda no mundo como o mais sério risco de danos políticos e instabilidade na próxima década. Na segunda década do século XXI confirma-se, integralmente, a Lei Geral da Acumulação Capitalista formulada assim n’O Capital, do economista Karl Marx: “À medida que diminui o número dos potentados do capital que usurpam e monopolizam todas as vantagens deste período de evolução social, crescem a miséria, a opressão, a escravatura, a degradação, a exploração, mas também a resistência da classe operária”.
A Organização Internacional de Trabalho (OIT), em linha com a miséria causada por um sistema global intrinsecamente injusto, mais de 200 milhões de trabalhadores estão desempregados no mundo. Apenas a União Europeia tem mais de 30 milhões de pessoas sem emprego e 127 milhões vivendo na pobreza extrema. Na França, mil empregos são destruídos por dia e cinco milhões estão sem trabalho. Na América Latina e Caribe a taxa de desemprego entre os jovens é de 13,7%, ou 22 milhões; na Espanha, 56%, e na Grécia, 61%. Ainda de acordo com a OIT, 73 milhões de jovens estão desempregados e este índice continua crescendo.
Na Alemanha, um dos maiores exportadores do mundo e país mais rico da União Europeia, 30% da população vivem abaixo da linha de pobreza e 7,45 milhões de trabalhadores têm “miniempregos”, nos quais o trabalhador recebe 450 euros (R$ 1.200) por mês. Caso esses trabalhadores fossem somados à população desempregada, o desemprego pularia de 7% para 24%.
Na principal cidade dos Estados Unidos, Nova York, 50 mil trabalhadores moram em abrigos porque seus empregos são de baixa remuneração e na Espanha, até junho de 2013, 20 mil famílias foram despejadas de suas casas.
A fome segue como a principal causa de morte no planeta. Na década de 1950, 60 milhões de pessoas passavam fome. Atualmente, são quase um bilhão. Mas, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o número de pessoas com desnutrição – que sofrem de uma ou mais deficiências em micronutrientes (vitaminas e outros) – já alcança dois bilhões. Segundo Jean Ziegler, ex-relator especial para o Direito à Alimentação das Nações Unidas (ONU), 18 milhões morrem de fome por ano e, a cada 5 segundos, uma criança morre de fome.
O desenvolvimento do capitalismo, portanto, não trouxe mais progresso nem uma vida melhor para a maioria da população, mas sim desemprego, fome e sofrimento. Porém se a pobreza aumenta, cresce a riqueza daqueles 85 capitalistas. Em 2000, apenas 1% dos norte-americanos detinha 32,8% da riqueza do país; em 2013, passaram a abocanhar 40%.
Oligarquia financeira
No mundo, de acordo com Mapa da Desigualdade em 2013, os 10% mais ricos do planeta detêm atualmente 86% da riqueza mundial. Destes, 0,7% tem US$ 98,7 trilhões e a posse de 41% da riqueza mundial, maior valor já registrado na História da Humanidade. Com uma enorme soma de capital em suas mãos, um reduzido grupo de multimilionários, donos de grandes bancos, fundos de investimentos e monopólios espalhados pelo planeta, controla a indústria, o comércio e a agricultura.
Estudo realizado pelo Instituto Federal de Tecnologia da Suíça enfocando 43 mil empresas multinacionais concluiu que 174 delas (na maioria bancos) controlam 40% da economia mundial. Nos Estados Unidos, maior país capitalista do mundo, apenas cinco bancos (JP Morgan, Goldman Sachs, Citigroup, Bank of América e Weels Fargo) têm ativos de US$ 8,5 trilhões, cerca de 56% do PIB, e 10 empresas controlam 85% dos alimentos de base negociados no mundo.
Não bastasse, desde o início da crise, governos e bancos centrais repassaram mais de US$ 30 trilhões a essa oligarquia financeira, provocando o maior endividamento público da história. Somente o Tesouro dos EUA, segundo relatório do U.S. Government Accountability Office (U.S. GAO), entregou 16 trilhões de dólares em empréstimos a juros negativos às grandes empresas e bancos do país, embora tenha demitido milhares de funcionários públicos.
O resultado desses planos de ajuda aos bancos foi o crescimento exponencial das dívidas públicas, dívidas dos Estados, mas pagas pelos impostos cobrados dos trabalhadores. Em 2007, a dívida pública dos EUA era de 66,5% do PIB, e pulou para 106,5% em 2012, levando o país a viver em estado permanente de calote. A dívida pública do Japão é superior a 200% do PIB e a da França, segundo o próprio governo, chegará a 95,1% do PIB em 2014. Por sua vez, dados do FMI indicam que a dívida do governo central da China soma 46% de tudo o que o país produz.
Para pagar essas dívidas, a solução dos governos capitalistas são os chamados planos de austeridade, ou seja, jogar esse endividamento nos ombros dos trabalhadores. Por isso, medidas como redução de salários dos funcionários públicos, cortes das verbas para a saúde e educação, privatização de empresas públicas, eliminação de direitos trabalhistas, diminuição das aposentadorias e, consequentemente, destruição de pequenas e médias empresas.
Ao lado do crescimento da concentração de capital, do aumento de fusões e aquisições entre as empresas em todo o mundo, temos o aumento exponencial da especulação financeira. Segundo relatório do Mackinsey Global Institute, em números absolutos, o estoque total de ativos financeiros – depósitos bancários, financiamentos, títulos de dívida privada e pública, ações de companhia – atingiu US$ 225 trilhões no ano passado. Um volume 10% maior que em 2007, ano de início da crise, e o equivalente a 312% da produção global. Já o montante dos derivativos no mundo atingiu US$ 600 trilhões em 2011, segundo números do Bank for International Serrlements (BIS).
É esta oligarquia financeira que impõe sua vontade e seus interesses em todos os países e obrigam os governos e os bancos centrais da Europa, América Latina, África ou da Ásia, a adotarem a mesma política de ampla proteção ao capital financeiro. Ocorre, assim, uma verdadeira fusão do Estado com o capital financeiro.
Dessa forma, a globalização da economia nada mais é que a extensão do domínio desse pequeno e poderoso grupo de bilionários dos países imperialistas em aliança com a grande burguesia dos demais países, para obter superlucros.
Luta de classes
Há, ainda, o acirramento das contradições interimperialistas, isto é, entre EUA, Rússia, China, Alemanha, Japão, Inglaterra e França. Essas contradições ficam evidentes, quando verificamos que não existe um acordo comercial amplo no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC); prossegue a chamada “guerra cambial” ou a tentativa de impor o dólar e o euro como únicas moedas no mundo; bem como a feroz disputa pelo controle de regiões estratégicas do planeta, como se verifica na África, e em particular, no Oriente Médio, para ter a posse do petróleo, gás e de minérios estratégicos.
Na outra ponta, as potências capitalistas realizam acordos e tratados comerciais, visando a enfraquecer concorrentes e redividir os mercados, como fica claro, nos acordos dos EUA com a União Europeia para formar uma área de livre comércio e com o Japão no Pacífico, procurando isolar a China; da França com a Alemanha na Europa, ou com os acordos comerciais e investimentos da China na África e na América Latina.
São ainda características da crise, além da destruição de empregos, elevação do preço dos alimentos e do custo de vida e o empobrecimento das massas, o enriquecimento da grande burguesia mundial, em particular da alemã e da norte-americana, o surgimento de um reduzidíssimo número de milionários na China e o aumento das intervenções militares e guerras para saquear nações e controlar suas riquezas.
Em resposta a essa situação, os trabalhadores e a juventude organizam greves gerais, enfrentam os governos e seus aparelhos de repressão e promovem protestos e lutas. Os levantes populares na Tunísia, Egito, e em outros países da África; as greves gerais na Europa, a revolta de junho em nosso país, etc., são exemplos claros dessa tendência. Também, em função das medidas econômicas adotadas pelos governos burgueses em favor de bancos e monopólios, cresce o descrédito das massas no Estado burguês e em suas instituições, como Parlamento, União Europeia, FMI, OMC e ONU.
Com sua base social cada vez mais reduzida, os governos burgueses ampliam os gastos militares visando a enfrentar as revoltas populares e manter este carcomido sistema econômico baseado na propriedade privada dos meios de produção. O orçamento militar dos Estados Unidos cresceu 90% nos últimos 13 anos. A Rússia, em 2011, aumentou orçamento militar em 9,7% e a China elevou em 11,2% os gastos militares no ano passado.
Em outras palavras, os governos capitalistas aumentam a repressão sobre as massas, criminalizam os protestos e os movimentos sociais e montam uma rede de espionagem mundial na telefonia e na internet, violando as mais elementares liberdades democráticas.
O fato é que, neste século 21, temos um aumento extraordinário das guerras e intervenções militares imperialistas, como no Mali, Afeganistão, Iraque, Líbia, Síria e Haiti, e, em outros países ocorre um processo de fascistização dos governos com a supressão de vários direitos democráticos, comprovando, como afirmou Lênin em sua obra O Imperialismo, fase final do capitalismo, que este sistema, em sua fase imperialista, tende para a violência e o autoritarismo.
Em síntese, o plano da burguesia mundial é resolver a crise, aprofundando a exploração das massas trabalhadoras, invadindo países, dominando povos e se apoderando, por meio de guerras, das riquezas naturais e dos mercados para garantir uma nova partilha do mundo e a escravização de bilhões de pessoas por um minoria de exploradores capitalistas.
Portanto, diferente do que prometeu a burguesia mundial, o século 21 não é o século da paz nem da harmonia entre capital e trabalho. Pelo contrário, em vez do “estado do bem-estar social”, temos crises econômicas, fome, ampliação do comércio de drogas e da prostituição, e o acirramento da luta de classes em todos os continentes.
Movimentos táticos
Ingressamos em um novo período de confrontos entre as classes, caracterizado, de um lado, pelo aumento da exploração dos trabalhadores, uma enorme destruição das forças produtivas, e o desencadeamento de novas guerras imperialistas e, de outro lado, pela resistência das massas exploradas e por um impressionante avanço das greves operárias e das lutas da juventude e demais oprimidos.
Os próximos anos serão, assim, anos de uma acirrada disputa por mercados e pelas riquezas naturais, como petróleo, minérios, pela água, e de grandes enfrentamentos entre as classes.
Porém, como afirma a Conferência Internacional de Partidos e Organizações Marxista-Leninistas (CIPOML), “os resultados da crise econômica capitalista dependerão das forças políticas atuantes e da sua inteligência para aproveitar a conjuntura. De uma crise econômica e uma guerra mundial surgiu a primeira revolução socialista, a de outubro de 1917 na Rússia, mas também, de uma grande crise econômica surgiu o fascismo alemão, o nazismo, encabeçado por Hitler. Quer dizer, a crise pode contribuir para a revolução, se existir uma força política com influência nas massas e capacidade para desenvolver os movimentos táticos que permitam derrubar os governos burgueses e pró-imperialistas”.
Portanto, caminhamos para duros combates entre os exploradores e explorados. As potências imperialistas não vacilarão e não têm vacilado em tudo fazer para salvar seu injusto sistema econômico e político e para que as riquezas continuem nas mãos de uma ínfima minoria, da oligarquia financeira internacional e seus sócios, embora isso signifique crianças morrendo de fome, milhões de operários desempregados, famílias vivendo sem casa, mais guerras e destruição do meio-ambiente.
Com efeito, a classe capitalista nunca ficou de braços cruzados vendo sua riqueza derreter, sempre agiu para proteger o lucro, a acumulação capitalista e a reprodução do capital. Não importa o que tenha que fazer nem quantas guerras tenha que realizar. Mas é verdade também que, por toda parte, avança a luta por uma vida nova, para libertar a humanidade das guerras e da exploração do capital e a perspectiva da revolução e do socialismo torna-se a cada dia mais concreta.