sábado, 30 de agosto de 2014

* As 8 reivindicações mais polêmicas do agronegócio aos presidenciáveis

A criminalização dos movimentos sem-terra é uma das reinvidações feitas
Presidenciáveis receberam documento que condensa as expectativas dos grandes produtores rurais para o próximo mandatário
por Najla Passos
Brasília - Responsável por 23% de toda a riqueza gerada no país, o setor do agronegócio sabe que seu apoio pode ser decisivo tanto na eleição quanto na governabilidade de um presidente. Por isso no dia 6 de Agosto a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) convocou os três candidatos melhores posicionados nas pesquisas para uma espécie de sabatina.
Ao final, cada um deles recebeu o documento “O que esperamos do próximo presidente 2015-2018”, que condensa as expectativas dos grandes produtores rurais para o próximo mandato. O setor reconhece que, na última década, o agronegócio cresceu como nunca. A produção, hoje, é 70% maior do que na época em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu o poder. As commodities agrícolas responderam por 44% das exportações brasileiras nos primeiros quatro meses deste ano.

Mas os grandes produtores querem muito mais. As palavras de ordem deles são competitividade e segurança jurídica. E é em nome delas que reivindicam obras de logística, mais crédito rural, desonerações, investimentos públicos e redução do custo da folha de pagamento. E investem contra as demarcações de terras indígenas e as regularizações fundiárias de áreas quilombolas e de proteção ambiental.

Confira aqui as 8 reivindicações mais polêmicas do setor:

1 - Mais “dinamismo” na concessão de crédito rural:

No último ano do governo Fernando Henrique Cardoso, o volume de crédito para o agronegócio foi de R$ 15,7 bilhões. Em maio passado, a presidenta Dilma Rousseff lançou o maior Plano Safra da história, com a liberação de R$ 156 bilhões e a promessa que, se for necessários, liberará mais recursos para o setor. Agora, os produtores ainda querem menos burocracia para colocar as mãos no dinheiro.

No documento entregue aos presidenciáveis, afirmam o crédito rural é “complexo, com alto custo operacional, com exigência de certidões em papel e fiscalização sem efetividade”. Entre as medidas que apontam para reverter o problema, consta a aprovação, até o final de 2015, de um novo marco legal para a política agrícola, que transforme os grandes investimentos no setor em política de Estado e dinamize sua concessão.

2 – Proteção da renda do produtor

Além de crédito farto e fácil, os produtores também querem seus lucros protegidos da volatilidade da economia capitalista que eles mesmos apoiam. Reivindicam intervenção estatal para assegurar que não saiam no prejuízo, caso ocorra, por exemplo, uma crise que derrube os preços de determinado produto no mercado internacional. Segundo eles, “é inadmissível que no Brasil só 8,74% da área plantada seja segurada”.

3 - Reformulação do Mercosul 

Para o setor, a participação do Brasil no Mercosul prejudica negociações bilaterais que podem aumentar o faturamento do agronegócio. Contrários à política que privilegia as relações Sul-Sul como forma de quebrar a hegemonia global, o que os produtores querem é fechar grandes acordos com os ricos, como os Estados Unidos e a União Européia. Conforme o documento, é necessária a “definição de uma estratégia de política comercial clara e objetiva, que resgate a autonomia do Brasil para negociar acordos comerciais independente do Mercosul”.

4 - Redução do “custo do trabalho”:

Como os empresários, os produtores rurais querem reduzir a proteção social dos trabalhadores para obterem mais lucros. No documento entregue aos presidenciáveis, a questão é colocada de forma tão imperativa que soa quase como ameaça: “a saída tem sido a mecanização massiva das operações, reduzindo a mão de obra em atividades que, há bem pouco tempo, eram as que mais geravam empregos no campo”.

Eles reivindicam, por exemplo, a revisão das normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho para a atividade rural. Entre elas está a NR 31, que exige banheiro ou barraca sanitária para atender aos trabalhadores rurais e a proíbe o transporte dos mesmos em pé. E também a NR 15, que normatiza o tempo e o nível de exposição do trabalhador ao sol.  Os grandes produtores rurais também se somam aos empresários para exigir a regulamentação total das terceirizações.

5 – Relativização do conceito de “trabalho escravo”

Inconformados com a  Lei nº 10.803/2003, que tipifica a condição de trabalho análogo ao escravo no Código Penal, os grandes produtores rurais querem relativizar esse conceito. A justificativa é que  não se pode identificar com clareza uma situação de condição análoga a escravo, em razão do que eles classificam como “excessiva subjetividade” dos termos “jornada exaustiva” e “trabalho degradante”.

Entre outras medidas, o setor reivindica a revogação da instrução normativa 91/11, que faz exatamente isso e, a partir daí, compõe a lista suja dos empregadores que praticam trabalho escravo. “É preciso reformular o processo de inclusão de empregadores na lista, de forma a garantir a ampla defesa e evitar que meras irregularidades trabalhistas sejam confundidas com a prática do trabalho escravo “.

6 – Fim das demarcações das terras indígenas e quilombolas

As terras indígenas e quilombolas representam hoje a fronteira agrícola para o avanço do agronegócio. Por isso, o setor investe contra elas com toda a sua força. Na questão indígena, os principais alvos dos ataques são a Funai, que avalia atualmente a criação de 128 novas áreas, e organizações da sociedade civil como o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), que reivindica as demarcações de outras 339.  Na quilombola, as investidas são contra a Fundação Palmares, que estuda o reconhecimento de 220 quilombos.

7 - Criminalização dos movimentos sociais de luta pela terra

Os produtores rurais sabem que, no Brasil, a reforma agrária só avança com luta dos movimentos sociais do campo, que pressupõe a ocupação dos latifúndios improdutivos e terras públicas ilegalmente usurpadas. Por isso, insistem na criminalização dos movimentos sem-terra, exigindo a “exemplar punição dos responsáveis por tais ilícitos”. “É preciso estabelecer, com urgência, que a invasão é e sempre será um ato ilegal. Invasões, como mecanismos de pressão dos ditos movimentos sociais sobre o governo, para realizar a reforma agrária, são atos ilegais e não reivindicatórios”, diz o documento.

8 – Meio Ambiente como modelo de negócio

Na área de Meio Ambiente, os produtores querem a imediata implementação do novo Código Florestal, já amplamente debatido pela sociedade até sua sanção pela presidenta Dilma, em 2012. Mas também pedem uma série de medidas adicionais que ajudem o setor a melhorar seu desempenho. Entre elas a maior margem para emissão de CO2, a adoção de um marco legal que impeça a cobrança pela utilização de recursos genéticos e conhecimentos tradicionais, a regulamentação dos biomas de modo a não frear a atividade produtiva  e até a privatização das reservas de água.
Fonte: Carta Maior.

* Ambientalistas apresentam aos presidenciáveis carta com 14 metas

A Fundação SOS Mata Atlântica lançou, na quarta-feira (6/8), em Brasília, a carta “Desenvolvimento para sempre: Uma agenda para os candidatos nas eleições 2014″. O documento, apresentado na Câmara dos Deputados durante o café da manhã da Frente Parlamentar Ambientalista, é destinado aos candidatos à Presidência da República, aos governos dos Estados e aos cargos legislativos, com 14 metas essenciais a serem atingidas durante o próximo mandato.
Essenciais para fortalecer a agenda ambiental no país, as medidas estão divididas em três eixos: florestas, mar e cidades. Seguem abaixo, de forma resumida, as propostas elaboradas pela Fundação SOS Mata Atlântica. Para ler a carta na íntegra e conhecer melhor cada meta, acesse a carta abaixo:
Arquivos:
 Carta aos candidatos à Presidência, aos governos e aos cargos legislativos federais e estaduais nas eleições de 2014 
480bEssenciais para fortalecer a agenda ambiental no país, as medidas estão divididas em três eixos: florestas, mar e cidades. Seguem abaixo, de forma resumida, as propostas elaboradas pela Fundação SOS Mata Atlântica. Para ler a carta na íntegra e conhecer melhor cada meta, acesse a  carta.
Data 27-08-2014 Tamanho 712.99 KB Download 21

* O nebuloso cenário dos agrotóxicos no Brasil

Entrevista especial com Robson Barizon
Apesar de o Brasil ser o maior consumidor de agrotóxicos do mundo desde 2008, é preciso “gerar muito mais informação para entender como está o cenário de uso de agrotóxicos no país”, diz Robson Barizon, um dos autores do estudo “Panorama da...


* Brasil é o segundo país no mundo que mais desmata

Desde fevereiro, Google disponibiliza mapa do desmatamento em tempo real
O Google possui uma ferramenta chamada Global Forest Watch, um mapa online que permite o acompanhamento da situação das florestas e do desmatamento no mundo todo via satélite e em tempo real, com navegação semelhante ao Google Maps.
472cO Global Forest Watch apresenta uma visão global e também por regiões específicas das florestas pelo mundo, inclusive do Brasil. É possível acompanhar a evolução do desmatamento no planeta por meio de uma linha do tempo que fica em uma barra no canto inferior da tela, que vai do ano 2000 ao ano de 2013 – em vermelho estão as áreas desmatadas; em azul estão as áreas reflorestadas e recuperadas.
A partir do mapa é possível acompanhar as mudanças, a cobertura e o uso das florestas pelo globo, bem como encontrar áreas de conservação, aspectos populacionais e contextos históricos de áreas florestais.
Entre os recursos disponíveis no site estão a opção de selecionar a situação das florestas em países específicos. Ao clicar no Brasil, por exemplo, o usuário tem acesso a informações como o total em hectares da cobertura florestal; o que isso representa economicamente para o país; o número de pessoas empregadas no setor florestal; entre outros dados curiosos sobre a nossa Amazônia.
Há, ainda, uma seção de histórias com acontecimentos sobre as florestas pelo mundo, como o incêndio florestal em Minnesota, nos Estados Unidos, e os impactos da mineração que acontece no Vale de Huatanay, no Peru.
Brasil: 2º lugar em desmatamento
Para quem quer se profundar no tema, o Global Forest Watch tem ainda um blog com artigos sobre as florestas, e uma base de dados técnicos divulgados por instituições acadêmicas, ONGs, agências governamentais, entre outros. Ao clicar no link “países”, é possível selecionar a opção “visão global”. Nesse tópico há um panorama das nações que têm a maior perda de cobertura florestal no período de 2001 a 2012.
O Brasil está no segundo lugar do ranking – com perda florestal de mais de 2,5 milhões de hectares em 2012 –, perdendo apenas para a Rússia, que desmatou mais de cinco milhões de hectares de florestas no mesmo ano. A Arábia Saudita está entre os que menos desmataram, com perda de apenas três hectares em 2012.
O sistema de monitoramento do Global Forest Watch foi criado pelo World Resources Institute, pelo Google, e por um grupo de mais de 40 parceiros, entre eles NASA, Esri, UNEP e Greenpeace.
Esses e outros dados – alguns disponíveis para download –, estão no site. O usuário pode fazer parte de uma comunidade, elaborar análises e enviar relatos locais sobre o desmatamento.
O mapa virtual é útil para pesquisadores, estudantes, jornalistas, governos, instituições financeiras, ONGs, e todos aqueles que se preocupam com a questão ambiental. Vale a pena navegar. Para conhecer o projeto acesse: www.globalforestwatch.org.

Fonte: TechTudo.

* Ciclo de palestras difunde ideais de Dom Helder Câmara

Com o tema "Helder Câmara: Memória Viva”, um ciclo de palestras que pretende homenagear a figura histórica de Dom Helder Câmara, será realizado, com entrada franca, nos próximos dias 03 e 04 de setembro, em Fortaleza, Estado do Ceará O evento trará palestras e debates em homenagem ao fortalezense Dom Helder, que já foi indicado quatro vezes ao Prêmio Nobel da Paz por sua luta corajosa em defesa dos direitos humanos.
O evento terá inicio com a palestra "A contemporaneidade da espiritualidade de Dom Helder”, ministrada pela historiadora pernambucana e pesquisadora do Memorial Dom Helder Câmara, em Recife, Lucy Pina, que também fará o lançamento do livro "Circulares de Dom Helder Câmara” (13 tomos), uma coletânea das cartas escritas por Dom Helder à época do Concílio Vaticano II. O segundo dia do evento terá a presença do historiador e teólogo belga Eduardo Hoornaert, que ministrará a palestra "Helder Câmara, um homem universal: para além da igreja e da religião”.
O "Grupo Dom Helder”, responsável pelo evento, foi formado em janeiro deste ano pela iniciativa do professor Geraldo Frencken, reunindo pessoas de diversos segmentos da sociedade de Fortaleza. O grupo se reúne uma vez por mês para discutir sobre o legado e a vivência dos princípios fundamentais de justiça e ética social pregados por Dom Helder.
A solidariedade e o envolvimento social do religioso são sempre lembrados pelas comunidades católicas e por admiradores da cidadania e justiça social. Para homenagear essa figura que tanto contribuiu para uma sociedade mais justa, os membros do grupo proporcionarão, por meio realização desse evento, uma oportunidade para que as pessoas conheçam de perto os ideais de justiça pregados e vividos pelo religioso.
Dom Helder era cearense, referência na comunidade católica e na esfera social por ser um religioso que lutava pelos direitos humanos, consciente do seu papel social e por difundir uma consciência cidadã mais solidária e justa, além de pregar por uma Igreja mais simples e politizada, voltada para os pobres.
Ciclo de palestras "HELDER CAMARA: MEMÓRIA VIVA”
Quando: 03 e 04 de setembro, às 19h
Onde: Centro Pastoral Maria Mãe da Igreja – Rua Rodrigues Junior, 300 – Centro, Fortaleza, Ceará
Mais Informações: Geraldo Frencken (85) 9984-7854, geraldof73@yahoo.com.br / João Facundo (85) 8609-4904 – joaoteol@yahoo.com.br

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

* Cientistas usam nanotecnologia para tentar curar câncer


Robôs minúsculos poderão ser usados futuramente para ajudar no tratamento de câncer, conforme revelado por pesquisadores da Universidade da Califórnia.
Eles estão desenvolvendo uma nanopartícula anticancerígena chamada nanoporphyrin que é capaz de diagnosticar e tratar tumores sem agredir o paciente.
O recurso conseguiria reconhecer as células problemáticas dentro da pessoa e injetaria nelas as drogas de combate, matando apenas o que precisa ser morto.
Conforme explica o PhysOrg, o maior desafio dos pesquisadores tem sido justamente construir uma nanopartícula que integre as funções de diagnóstico e combate, mas os pesquisadores estão otimistas. Se conseguirem, a técnica pode se tornar a melhor opção para o tratamento de câncer, sem as agressões de uma quimioterapia e com mais chances de recuperação.

* CPT: “Onde está a Reforma Agrária” no futuro desses possíveis governantes?

A CPT vem a público manifestar sua análise sobre o período eleitoral, o perfil e os planos de governo dos principais candidatos, trazendo como maior questionamento, “Onde está a Reforma Agrária” no futuro desses possíveis governantes? 
28/08/2014
Da Comissão Pastoral da Terra
A Diretoria e a Coordenação Executiva Nacional da Comissão Pastoral da Terra, após denunciar no início da semana passada a onda de violência que se abateu sobre os trabalhadores e trabalhadoras do campo, querem agora unir sua voz à de milhares e milhares de indígenas, quilombolas, pescadores, ribeirinhos, camponeses e camponesas e trabalhadores e trabalhadoras rurais do Brasil, que expressam sua perplexidade e descrença diante do atual quadro político-eleitoral do momento. Na realidade é frequente ouvir deles que nenhum candidato e nenhuma proposta se identifica com as suas necessidades e reivindicações
Podemos testemunhar que vem crescendo a não aceitação e uma justa revolta diante do conchavo permanente entre poderosos grupos econômicos privados, nacionais e estrangeiros, ruralistas, agroindustriais, mineradores, para ocupar e controlar cargos nas instituições públicas tanto do executivo, quanto do legislativo. Com isso objetivam influenciar leis e políticas públicas que facilitem a perpetuação do latifúndio e da grilagem, que retirem os direitos duramente conquistados pelos povos indígenas, comunidades quilombolas e outras comunidades tradicionais, e que flexibilizem os direitos trabalhistas, para garantir o lucro a qualquer custo para os investimentos e empreendimentos capitalistas. 
Isso, que homens e mulheres do campo, das águas e das florestas percebem, fica claro na análise dos programas de governo dos candidatos que, em âmbito federal e estadual, disputam com possibilidades de sucesso as eleições. Todos eles exaltam a eficiência e importância do agronegócio, enquanto nem sequer reservam uma linha para a necessidade da reforma agrária, ou aqueles que a ela se referem, a colocam num plano insignificante. O máximo que os programas pontuam é algum tipo de apoio à agricultura familiar e uma insinuação à necessidade de uma agricultura agroecológica e saudável.
O resultado previsto, quaisquer sejam os vencedores, será a confirmação de um modelo de desenvolvimento que ameaça os territórios indígenas, quilombolas e camponeses, a continuidade da vida nos nossos biomas e os direitos trabalhistas. Um modelo de desenvolvimento que, no dizer de Maninha, do Movimento dos Pescadores e Pescadoras, “traz sofrimento para nossas comunidades”. 
O próprio financiamento das campanhas eleitorais pelas grandes empresas é a expressão cabal do conluio capital/política. Qual será o interesse, por exemplo, das três empresas responsáveis, até o momento, por 65% do arrecadado pelos três principais candidatos à presidência da república, JBS (Friboi), Ambev (Cervejaria) e OAS Construtora, se elas estão envolvidas em denúncias e punições por violações aos direitos trabalhistas de seus funcionários, inclusive em situações análogas ao trabalho escravo? 
Na contramão dos programas das agremiações partidárias, infelizmente hegemônicas, insistimos sobre a centralidade da Reforma Agrária. Trata-se de uma Reforma Agrária ressignificada, que vai além da mera distribuição de terras: é sonho e projeto que brota e floresce com as novas experiências e articulações dos indígenas e dos quilombolas, que defendem e retomam seus territórios,  com a proposta de economias  que defendam o futuro do Planeta, ameaçado pelo efeito estufa e mudanças climáticas, agroecologias como visão do mundo, aproveitamento das energias limpas, soberania e segurança alimentar respeitosas da Vida, moratórias que preservem o que sobra da Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica e Pampas, com suas bacias hidrográficas e aquíferos destruídos e constantemente agredidos. 
Se não houver uma mudança radical no curso destas eleições, a CPT sente que elas não marcarão nenhum salto qualitativo em relação às grandes expectativas que o Brasil fez eclodir, com muita esperança, nas manifestações de junho de 2013 e nas mobilizações indígenas e camponesas deste último ano. Por isso conclama a todos quantos sentem a urgência de um Brasil novo, à participação no plebiscito popular a acontecer na semana da pátria, em vista daconvocação de uma Constituinte soberana e independente para a construção de uma reforma política que abra espaço para organizações populares, de classe e de territórios. Estas representadas e presentes nas decisões mais importantes da vida do País, lutarão para que sejam reconhecidos e aceitos a autonomia e o protagonismo de grupos que resistem à massificação dos métodos do capital e propõem alternativas a um modelo de desenvolvimento elitista e falido. 
Se a dimensão política é a “maneira de melhor exercer o maior mandamento do amor” (Papa Francisco, discurso do dia 10 de junho de 2013), cabe-nos, como Comissão Pastoral da Terra, denunciar as viciadas formas de exercer o poder que alimentam e fortalecem os grupos já poderosos, que agridem e ameaçam não só os direitos dos mais fracos, mas a própria Constituição brasileira.


CNBB defende reforma agrária em 36% do território brasileiro

Documento critica agronegócio e sugere limitar tamanho de propriedades rurais

CNBB critica agronegócio e sugere limitar tamanho de propriedades rurais - Guito Moreto / aRQUIVO O Globo 07/04/2013

BRASÍLIA - Há muita coisa errada na agricultura brasileira na opinião da Igreja Católica, a começar pelo agronegócio, que seria um péssimo modelo de desenvolvimento ao concentrar riquezas e tornar o país um exportador de produtos primários. No documento “A Igreja e a questão agrária brasileira no início do século XXI”, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) defende, entre outras coisas, as ocupações de terra, a destinação de mais de um terço do território brasileiro para a reforma agrária e uma emenda constitucional que estabeleça um limite para o tamanho da propriedade rural.
Sobram críticas ao governo, que estaria sendo omisso e inerte para resolver os problemas do campo; e ao agronegócio, que estaria indo contra a vontade e o desígnio de Deus, além de ser uma ameaça ao meio ambiente e à segurança alimentar.
O documento da CNBB foi publicado em maio deste ano. Nele, a entidade diz que 310 milhões de hectares, dos 851 milhões que compõem o Brasil, foram aparentemente grilados ou cercados por pessoas que não são donas deles. Ou seja, 36,4% do território brasileiro deveriam ser destinados à reforma agrária. O documento diz ainda que é “necessário fortalecer a resistência contra todas as formas de violência que atingem a vida dos trabalhadores e suas famílias”, entre eles os despejos ilegítimos, “mesmo quando aparentemente legais”, e as arbitrariedades dos órgãos de segurança pública. Segundo a CNBB, as ocupações são uma forma legítima de pressão e a reforma agrária é a única resposta de fato eficaz e possível a isso, sendo “urgente, necessária e inadiável”.
O agronegócio é mencionado 22 vezes no texto, sempre numa abordagem negativa. Segundo a Igreja, houve, no século XXI, “recrudescimento das tendências excludentes da modernização agropecuária”, seguindo os “ditames da concentração do capital e do dinheiro no campo”. Segundo a CNBB, isso é acompanhado pelo aumento do conflito agrário, “alimentado pela omissão tácita ou explícita dos organismos governamentais encarregados da política fundiária (Incra, Ibama, Instituto Chico Mendes e Funai)”. Os quatro órgãos citados fazem parte da esfera federal.
Para a Igreja, o agronegócio seria inclusive contra os desejos de Deus. "Na doutrina social da Igreja, o processo de concentração da terra é julgado um escândalo, porque em nítido contraste com a vontade e o desígnio salvífico de Deus, enquanto nega a grande parte da humanidade o benefício dos frutos da terra. O agronegócio em desenvolvimento no Brasil não só reforça esta dimensão absolutista da propriedade em detrimento da sua função social, mas destrói a possibilidade de se ter um adequado espaço e equilíbrio nas decisões políticas de desenvolvimento, no que se refere aos pequenos produtores rurais e familiares", diz o documento.

CONDENAÇÃO DE TRANSGÊNICOS
Entre os problemas identificados pela CNBB no campo está o uso de sementes transgênicas. Além da preocupação com os riscos à saúde humana, a Igreja diz temer o "cartel das grandes empresas controladoras dos grãos", que ameça a soberania e a segurança alimentar do povo e cria uma relação de dependência por parte dos produtores rurais. Outro problema, na opinião da CNBB, são os biocombustíveis que, em vez de avanço, representariam na verdade uma ameaça ao meio ambiente por exigir muitas terras para sua produção. Há ainda críticas ao uso de agrotóxicos pelo agronegócio. A CNBB pede também a atualização, pelo poder Executivo, dos índices de produtividade, que estariam baseados ainda nos dados do censo agropecuário de 1975. Aumentando o índice, mais terras seriam consideradas improdutivas e estariam aptas para a reforma agrária. A igreja defende ainda que os crimes de trabalho escravo e de assassinato em conflitos entre grandes e pequenos agricultores sejam julgados em âmbito federal, "distante das pressões de pessoas e grupos locais e estaduais".
Procurado, o Ministério da Agricultura informou que "não trata de questões agrícolas", o que seria uma atribuição do Ministério do Desenvolvimento Agrário. O ministério, por sua vez, disse apenas que não recebeu oficialmente o documento da CNBB. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), principal entidade do agronegócio, não deu retorno.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

* Papa Francisco quer beatificação de Monsenhor Romero

O Papa Francisco assegurou que a beatificação de Monsenhor Romero avança sem obstáculos no Vaticano. O Papa Francisco quer uma beatificação expedita de Monseñor Oscar Romero, afirmando que foram cumpridos todos os requisitos processuais no caso do arcebispo salvadorenho assassinado.
aleiteia.org

Francisco assegurou que o arcebispo de San Salvador, Óscar Arnulfo Romero, assassinado no dia 24 de março de 1980, enquanto realizada uma missa, é um "homem de Deus” e que não há impedimentos para sua beatificação, e alentou os querem agilizar o trâmite.
"Romero é um homem de Deus, mas, agora, o processo deve continuar e o Senhor tem que nos dar um sinal. Os requerentes precisam se agilizar porque não há nenhum impedimento” para a sua beatificação, explicou o Papa durante uma entrevista coletiva que deu a bordo do avião no qual regressava da viagem à Coreia do Sul, segundo informaram as agências ANSA e EFE.
O processo de beatificação de Romero se encontrava paralisado há tempos, mas desde a consagração de Jorge Bergoglio como Papa, em março de 2013, foi acelerado.
O pontífice argentino explicou que a causa da beatificação de Monsenhor Romero se encontra já em estudo na Congregação para a Causa de todos os Santos.
Óscar Arnulfo Romero, um bispo que defendia os mais pobres e desprotegidos, enfrentou a ditadura salvadorenha e foi assassinado por um tiro quando realizada missa na capela de um hospital para doentes de câncer de San Salvador, em 24 de março de 1980, nos dias prévios ao estalido do conflito armado, que se estendeu até 1992.
Em 1994, foi aberto o processo de beatificação do prelado, mas, agora, é necessários que se reconheça o martírio ou que lhe seja atribuído um milagre para ser beatificado. Romero denunciava a repressão dos militares salvadorenhos no início da guerra interna, de 1980-1992, e foi assassinado em 1980.
O pontífice disse aos jornalistas que o caso de Romero havia sido "demorado por prudência” da Congregação, mas que, agora, ficaria "destravado” e que o caso tinha passado para o departamento em que se decide sobre a santidade de indivíduos. "É importante que o tema avance rapidamente”, disse o pontífice, ainda que tenha enfatizado que o processo deve cumprir com seus requisitos.

Telam

Agencia de Noticias Telam

* CNBB e Eleições

"A política pode ser um caminho privilegiado para o serviço da justiça, uma forma sublime de caridade” (Documentos da CNBB 80, p. 96). É nesta perspectiva que os bispos do Ceará resolveram convidar a um diálogo os candidatos a governador e nesta oportunidade lhes entregaram um documento como contribuição ao processo de reflexão que se instaura na sociedade no momento privilegiado das eleições. Os bispos começam lembrando a responsabilidade de todo cidadão de participar conscientemente na escolha dos projetos que propõem soluções para os grandes problemas que marcam a vida do povo e dos representantes que nas diversas esferas públicas se vão confrontar com estes desafios. O que está em jogo nestes processos é a universalização do acesso às condições necessárias para uma vida digna o que ainda é fechado a muitos que são sistematicamente excluídos e não se veem respeitados em sua dignidade de pessoas.
Além de apresentar à consideração dos candidatos e da sociedade vários pleitos que se acumulam na sociedade civil sobretudo os que dizem respeito às populações tradicionais e excluídas, à educação e às políticas para o semiárido, os bispos se concentram em três temas fundamentais:
1) O Modelo de Desenvolvimento tornou possível o combate à extrema pobreza, introduziu milhões no consumo e possibilitou muitos outros avanços sociais. No entanto, ainda não é satisfatório o resgate dos direitos sociais historicamente negados como o acesso à educação e saúde de qualidade, a desconcentração de renda, as políticas públicas relativas à cultura, ao esporte e lazer, capazes de atrair adolescentes e crianças por vezes tragados pelo mundo das drogas. Tudo indica que estamos no fim de um ciclo de desenvolvimento que só pode avançar no atendimento das grandes carências com a coragem de efetivar grandes reformas estruturantes como a reforma tributária, a reforma agrária, a democratização dos meios de comunicação e, de modo especial, a reforma política, com destaque para o fim do financiamento privado/empresarial, que é condição para o desenlace de novo processo político capaz de dar conta das necessidades coletivas presentes na sociedade e desencadear a participação consciente, crítica e esperançosa dos cidadãos. Neste contexto se apela para uma reflexão maior a respeito dos impactos das grandes obras e sobre as reivindicações dos agricultores do projeto Jaguaribe/Apodi.
2) A Democracia como processo permanente de construção coletiva certamente ainda tem muito a avançar entre nós e neste contexto é fundamental que o próprio governo adote o próprio processo democrático como método de governar o que implica o reconhecimento dos interlocutores sociais que são os movimentos sociais, sindical e popular através de suas organizações e a criação de canais permanente de diálogos entre governo e sociedade civil.
3) Segurança Pública. O aumento da criminalidade é um grave desafio que deve ser assumido por governos e sociedade. O futuro governador deve liderar um novo processo de reconstituição de uma política de segurança restaurador da confiança do povo que envolve suas várias dimensões e ao mesmo tempo a adoção de políticas sociais eficientes.

Manfredo Araújo de Oliveira

Padre e filósofo. Professor na Universidade Federal do Ceará (UFC). Mestre em Teologia pela Universidade Gregoriana de Roma, Itália, e doutor em Filosofia pela Universidade Ludwig-Maximilian de Munique, Alemanha. Assessor das Pastorais Sociais e padre da Arquidiocese de Fortaleza. É Presidente da ADITAL

* Organizações debatem em La Paz projetos antiimperialistas para a América Latina

Com uma agenda voltada para a unificação dos países latino-americanos em torno de um projeto político-social mais justo, o XX Encontro do Foro de São Paulo (FSP) acontece de 25 a 29 de agosto na cidade de La Paz, capital da Bolívia. Partidos políticos e organizações de esquerda se reúnem em torno da construção de caminhos para superar a desigualdade social na América Latina e minimizar o avanço das forças capitalistas, neoliberais e imperialistas no continente, com vistas a um desenvolvimento próprio e integrado.
Abertura do XX Foro de São Paulo em La Paz

Durante o evento, com o tema "Derrotar a pobreza e a contraofensiva imperialista, conquistar o bem-viver, o desenvolvimento e a integração em Nossa América”, será realizado um balanço dos governos progressistas, dos governos esquerdistas e da contraofensiva imperialista promovida pelos Estados Unidos na região. Para isso, estão sendo discutidas as conjunturas econômicas e políticas em âmbito regional e internacional, debatendo processos de integração, panoramas político-eleitorais, lutas sociais e planos de ação.
Na compreensão de Fabian Solano Moreno, membro do Partido Socialista Frente Ampla Equador, a revolução cubana, ocorrida desde os anos 1950, ainda semeia, por todo o continente, a construção de uma maneira diferente de ver a sociedade, fundamentando mudanças estruturais profundas. "Com as organizações políticas que têm chegado a esses governos temos mostrado eficiência e capacidade, (...) dizendo ao mundo que a ideologia socialista está mais viva do que nunca”, afirmou ao site do FSP.
A secretária-executiva do Foro de São Paulo, Mônica Valente, explica que o encontro é um momento de integração regional e participação popular, um espaço para reflexão e formação política para militantes e membros do FSP. "Quando começamos o FSP, quase 25 anos atrás, tínhamos somente Cuba com um governo socialista, e não neoliberal. Hoje em dia, temos mais de 10 países governados por partidos que fazem parte do FSP”, destaca, no site do FSP.
Nesse contexto, serão levantadas questões acerca das posturas adotadas pelos partidos esquerdistas que, hoje, ocupam espaço de poder institucional nas políticas nacionais, em seus diversos âmbitos. "Um dos pontos mais importantes (...) é bem simples: manifestar que todo projeto de integração latino-americana e caribenha, enquanto os problemas coloniais das Ilhas Malvinas e de Porto Rico não se solucionem, não estará completo”, destaca Gustavo Enrique, coordenador da Frente Socialista de Porto Rico, em entrevista publicada no site do FSP.
Assista ao vídeo da inauguração do Foro:



Temas debatidos
Nos cinco dias do encontro, serão discutidos temas como a crise do capitalismo e suas estratégias progressistas e revolucionárias, a participação política da juventude, independência, descolonização, soberania e livre determinação, e o fim do conflito armado. Compõem a pauta também assuntos como desenvolvimento agrário integral, narcotráfico e consumo de drogas ilícitas.
Entenda o Foro
O Foro de São Paulo foi criado em 1990, quando partidos políticos da América Latina e Caribe se reuniram com o objetivo de debater a nova conjuntura internacional pós-queda do Muro de Berlim (em 1989) e as consequências da implantação de políticas neoliberais pela maioria dos governos da região. A proposta principal é discutir alternativas populares e democráticas ao neoliberalismo, que estava entrando na fase de ampla implementação mundial.
Mais informações: www.forodesaopaulo.org.

* Verdades e mentiras sobre emagrecimento e dieta


Os nutricionistas Dania Sánchez e Felipe Nassau, do Instituto Alimente, de Brasília, tiram dúvidas e alertam para “pegadinhas” quando o assunto é boa alimentação


Quem nunca optou por uma água com gás ao invés de um refrigerante durante uma dieta e achou que está marcando um golaço? E a substituição de açúcar por adoçante? Esses são apenas alguns dos muitos erros cometidos por quem procura uma alimentação mais saudável. Pedimos a ajuda de dois conceituados nutricionistas da capital federal para tirar algumas dessas dúvidas.

Em uma dieta é correto substituir o açúcar por adoçante?

Dania Sánchez e Felipe Nassau - Em suas várias formas, o açúcar é o grande promotor da obesidade. Níveis altos no sangue podem ser associados a quase todas as moléstias degenerativas, do ataque cardíaco, derrame cerebral ao diabetes, além da associação com alguns tipos de câncer.
O ideal é não adoçar os alimentos. Mas se for adoçar que seja utilizando mel, açúcar mascavo, demerara ou orgânico. Eles preservam as vitaminas, minerais e polifenóis que o açúcar comum não possui.
Ao perceber o sabor doce, o organismo aumenta a absorção de carboidratos e aumenta a produção de insulina, que é importante para o corpo utilizá-los. Mas, em grande quantidade, faz o corpo produzir gordura. Então, você engorda mais comendo e adicionando adoçante, e caso consuma só o adoçante, como acontece no refrigerante zero, por exemplo, acaba reduzindo a glicemia, aumentando fome e a compulsão alimentar. Enfim, se não engordar durante, engorda depois. Outro ponto é que o sabor muito doce pode provocar vício e reduzir a capacidade de perceber o doce natural, como o das frutas, por exemplo. Estudos atuais mostram que adoçantes engordam mais que o açúcar, além de provocarem mais tumores cerebrais e distúrbios hormonais do que o açúcar.
Água com gás pode ser consumida no lugar da água natural?

Dania e Felipe - Não, pois o consumo de água com gás pode aumentar a absorção do carboidrato. Pode ainda aumentar a glicemia, causar picos de insulina, levando ao acúmulo de gordura, o que não é interessante para o emagrecimento. Ela também pode irritar a mucosa intestinal, prejudicando a absorção dos nutrientes e aumentando inflamação no organismo.
O consumo de água pura é de extrema importância considerando que o nosso corpo é composto principalmente de água. Os nossos músculos são compostos de 75% de água aproximadamente e para reservar glicogênio e creatina (o combustível que utilizamos para treinar) são necessárias de 3 a 5 moléculas de água para cada uma da substância armazenada. Ou seja: músculos dependem muito de água, tanto para existir quando para trabalhar.
Além disso, a desidratação é associada à perda de performance, e algumas sensações desagradáveis, como dores de cabeça, taquicardia, tonturas, caimbras, naúseas, e outras.
Nossa recomendação será a de beber bastante água durante todo o tempo, pois o importante é o estado geral da hidratação. Não adianta beber 2lts de água de única vez.
Se eu optar por refrigerante zero ao invés do comum omprometo a dieta?

Dania e Felipe –  Pode comprometer sim, pois estes refrigerantes possuem em sua fórmula adoçantes como o ciclamato de sódio e outros “proibidos pelo FDA” (Food and Drug Administration, órgão regulador de alimentos e remédios nos EUA), mas aprovados no Brasil e em vários outros países.
E como eles contêm adoçantes, pesquisas demonstram que os mesmos receptores que codificam o sabor doce na língua estão no intestino e isso propicia um aumento da absorção do açúcar. Assim, quanto mais açúcar absorvido maior será a liberação de insulina pelo pâncreas e a conversão de açúcar em triglicerídeo no tecido adiposo, levando ao acúmulo maior de gordura no corpo. A pessoa pode engordar mais do que emagrecer se optar pelo consumo frequente de bebidas gaseificadas e refrigerantes.
Além disso, a quantidade de fosfatos nos refrigerantes é responsável por induzir o corpo a ficar muito ácido, levando à perda de massa muscular, osteoporose, cálculos renais e biliares, insuficiência renal e câncer.
Whey protein engorda?

Dania e Felipe - Depende. Se a pessoa consome mais proteína do que consegue digerir, esse excesso de proteína serve de alimento para bactérias patogênicas (ruins). Isso leva à disbiose intestinal, inflamação crônica e resistência à insulina, aumentando a insulina e podendo engordar, sim. Mas se a pessoa consome pouca proteína, o whey protein pode ser uma boa forma de complementar a dieta do indivíduo, praticante de exercício ou não. Porém, o brasileiro de classe média consome mais proteína do que um atleta de força precisaria. Ocorre que, em geral, elas são de péssima qualidade, como carnes processadas, por exemplo… Nesse sentido, redimensionar o fracionamento da proteína na dieta e melhorar as fontes de proteína costuma dar resultados bem melhores que acrescentar o whey.
É possível consumir salada à vontade em uma dieta para perda de peso e redução de gordura?

Dania e Felipe –  É possível, desde que o planejamento alimentar seja elaborado por um nutricionista. Este profissional deverá adequar os nutrientes, levando em consideração diversos fatores como hidratação (pois o aumento do consumo de fibras requer uma necessidade maior de ingestão hídrica), orientações como os tipos de temperos que deverão ser utilizados no preparo das mesmas: azeite, óleo de abacate, limão, vinagres, sementes de mostarda, linhaça, amaranto e outros.
Além de poder recomendar algumas frutas para ajudar na digestão (abacaxi, manga, morangos, kiwi) personalizando a sua dieta, de acordo com o seu biótipo e preferencias pessoais.
Se eu cortar os carboidratos da minha alimentação consigo entrar em forma rapidamente?

Dania e Felipe - Os resultados são pouco sustentáveis. Apesar de promover emagrecimento rápido, ele não é contínuo. O corpo aprende a metabolizar proteínas e gorduras como fonte de energia, mas desenvolve disbiose intestinal por falta de diversidade de fibras, inflamação crônica e resistência à insulina, aumentando a insulina e fazendo com que engorde com muita facilidade, além de induzir intensa acidose metabólica, relacionada com doenças crônicas importantes. Assim como na questão anterior, o que costuma atrapalhar são as péssimas fontes de carboidratos do brasileiro (pães, arroz branco, massas, bolos, açúcar) e a falta de consumo de raízes como mandioca, batata inglesa, batata-doce, arroz integral, milho, aveia, frutas…  A restrição de carboidratos pode ser potencialmente arriscada e pode desenvolver compulsões alimentares, tamanha a restrição alimentar.
Viver de dieta é viver sem pão? O pão é o grande vilão da dieta? 

Dania e Felipe - Sabemos atualmente que o trigo que consumimos, após mais de 60 anos de modificação genética, pouco se parece com o trigo primitivo (aquele da santa ceia, risos). Mais de 95% do trigo mundial é transgênico. Sabemos que o trigo primitivo traz inúmeros benefícios à saúde, semelhantes ao milho primitivo, aveia e outros cereais. Mas o trigo transgênico que consumimos hoje é rico em proteínas capazes de inflamar o trato digestivo, sendo assim, não saudável e muito ligado à obesidade, diabetes, câncer, doenças auto-imunes e, deste modo, não me parece boa idéia, incluir pão em um conceito de saúde.
Mas e se o pão não for de trigo, ou for sem glúten? O fato de panificar, assar a altas temperaturas, de forma que forme uma casquinha torrada e dourada, forma toxinas semelhantes às que produzimos quando temos diabetes. E  o consumo desses alimentos já é relacionado com Alzheimer, Parkinson, doenças renais e obesidade. Mas a nossa cultura tem a péssima mania de achar um vilão e demonizá-lo. O pão é um grande vilão. Os laticínios também. O mesmo vale para açúcar, adoçantes, corantes, conservantes, farinhas refinadas, excesso de gordura, frituras, xarope de frutose e outros inúmeros vilões. Assim como a falta de raízes, vegetais, ovos, castanhas,  frutas e cereais integrais e água também são grandes vilões.

Se eu fizer dieta de segunda à sexta e ter uma alimentação livre aos finais de semana é possível obter sucesso na dieta?

Dania e Felipe - É possível, mas é pouco provável. Primeiramente, porque seu corpo pode ser mais sensível e conseguir arruinar uma semana de trabalho em poucas horas. Mas o ponto mais importante é que não é possível aprender a comer de modo saudável comendo alimentos não saudáveis. O ciclo vicioso não faz nenhuma interseção no ciclo virtuoso. Quanto mais besteira você comer, mais longe está de ter um bom hábito. E no primeiro deslize ou desequilíbrio emocional, você volta a comer mal e volta ao marco zero.
Mas sim, se você tem uma boa dieta na semana e nos finais de semana fica menos rigoroso com proporções e quantidades, é bem provável que apareça o sucesso. Mas o que vemos comumente em pessoas que idolatram o “dia do lixo” é que eles comem porcaria “como se não houvesse o amanhã”. E descuidando da qualidade do alimento é muito provável que o resultado não venha.
O consumo de castanhas é recomendado por dez entre dez nutricionistas. Podemos consumir sempre que pintar a tal fome?

Dania e Felipe - Todo consumo deve ser prescrito. Castanhas certamente são importantes. Mas costumam ser ricas em lipídios do tipo ômega-6, que são potencialmente pró-inflamatórios. O consumo indiscriminado delas pode atrapalhar o resultado. O ideal é que você tenha um plano alimentar adequado e organize sua alimentação para que a fominha não apareça.

Se eu substituir o chocolate ao leite por um amargo 70%? É possível comer um tabletinho de 25 gramas todos os dias?

Dania e Felipe - Depende. O cacau é potencialmente pró-inflamatório para o sistema digestivo. Se for o seu caso, pode ser que ele comprometa seu resultado. Mas o cacau também é rico em fitoquímicos que melhoram função cerebral e a pele. A administração do chocolate amargo deve ser prescrita individualmente. Há pessoas que não devem comer, há pessoas que podem comer, mas devem comer pouco e há pessoas que se beneficiam de consumos até maiores do que 25g por dia. Por isso a necessidade de uma avaliação nutricional completa, com análise de sinais e sintomas, biótipo, testes bioquímicos e testes clínicos para uma boa individualização do plano alimentar.

* Saiba quais são os riscos à saúde de um fumante passivo

Diversos lugares do Brasil já possuem leis que proíbem o consumo de cigarros em ambientes fechados. Mesmo assim, muitas pessoas ainda são obrigadas a conviver com outras que possuem o hábito de fumar. Se você se enquadra como um fumante passivo, saiba que nessa condição você também está exposto a alguns dos variados males associados ao cigarro.
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Fumaça ingerida de forma passiva pode ser ainda mais prejudicial para a saúde. Foto: Shutterstock

Quando considerar um fumante passivo

fumante passivo é considerado aquele que, sem ter o hábito de fumar, está exposto com frequência ao ar contaminado pela fumaça do tabaco. Esse ar é composto pela fumaça que emana do cigarro e pela fumaça que a pessoa solta após tragar o cigarro.
 E acredite: alguns estudos indicam que esse ar contaminado pela fumaça do tabaco é ainda mais prejudicial que a fumaça que a pessoa que fuma coloca para dentro dos pulmões, porque possui maiores concentrações das substâncias prejudiciais à saúde contidas no cigarro.
Antigamente, acreditava-se que ser fumante passivo não resultava em maiores problemas, exceto leves, como a irritação dos olhos. Mas os estudos avançaram e, hoje, sabe-se que ele apresenta maisalterações respiratóriascardíacas e outras se comparado com pessoas que não convivem com o ar contaminado pela fumaça do tabaco.
Quem fuma passivamente normalmente apresenta alguns problemas imediatos, como irritação nos olhos, no nariz, na garganta ou nos pulmões. Dependendo da tolerância da pessoa à fumaça do cigarro, é possível também a presença de dor de cabeça e náuseas. Mas não é só isso, já que existem outros riscos à saúde.

Doenças relacionadas ao fumante passivo

- Câncer de pulmão: muitas evidencias indicam que estar exposto à fumaça do tabaco de forma regular, mesmo que a pessoa não seja fumante, é uma das causas do câncer de pulmão em pessoas que não fumam. Estima-se que o risco aumente em 20% para as mulheres e em 30% para os homens.
- Infarto: pesquisas revelam que inalar a fumaça do cigarro sem ser fumante é circunstância que está associada com enfermidades do coração. Quem é fumante passivo têm o risco de infarto aumentado entre 25% a 35%.
- Enfisema: acredita-se que a fumaça do cigarro pode ser uma das causas do enfisema pulmonar em adultos que não fumam.

Crianças também são afetadas

Com relação às crianças, o problema é ainda maior. Caso elas se enquadrem como um fumante passivo, têm aumentadas as chances de desenvolver pneumoniabronquite e asma.
Além disso, levantamentos demonstram que os filhos de pais fumantes apresentam em maior quantidade problemas respiratórios, crises asmáticas e otites do que os filhos de pais que não fumam. Portanto, se você tem crianças pequenas em casa, procure largar o vício do cigarro ou, então, jamais fume perto delas.

Tabagismo e gravidez

Você sabia que se a mulher que está grávida fuma, o feto pode ser considerado um fumante passivo? E isso pode causar uma série de problemas ao longo da gravidez, como desprendimento precoce da placenta ou uma posição incorreta da placenta, o que pode trazer complicações não apenas para essa fase, como também para o parto.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

* Universitários desenvolvem esmalte de unha que pode detectar a presença de drogas em bebidas

O produto permite que a mulher identifique discretamente a presença de drogas mexendo a bebida com o dedo


Estudantes da Universidade da Carolina do Norte, nos EUA, desenvolveram um esmalte de unha que pode apresentar se há drogas em bebidas como Rohypnol, Xanax e GHB, que são usadas por estupradores para adulterar bebidas e fazer vítimas.
Para detectar a presença dessas drogas basta inserir o dedo dentro da bebida, que o esmalte muda a cor.
Essa iniciativa tem certa utilidade, já que segundo um recente relatório do Washington Post, os casos de agressão sexual usados com essas drogas têm aumentado.
Com o nome de Undercover colors, a empresa criada por quatro universitários afirma que o objetivo é desenvolver tecnologia que permitam às mulheres se protegerem contra esses crimes hediondos e silenciosos.
“Para o nosso primeiro produto, estamos desenvolvendo um emalte que muda de cor quando entra em contato com as drogas de estupro, como Rohypnol, Xanax, e GHB. Com esse emalte qualquer mulher pode identificar discretamente a presença das drogas mexendo a bebida com o dedo. Se a cor mudar, logo ela vai saber que algo está errado”, diz a empresa em sua página no Facebook.
O produto ainda não tem data para chegar ao mercado, mas em breve a equipe deve apresentar o novo esmalte à mídia.
Os estudantes Ankesh Madan, Stephan Cinza, Tasso Von Windheim, e Tyler Confrey-Maloney, criadores do produto, trabalham nesse projeto desde o ano passado. Atualmente, eles estão em busca investidores e já arrecadaram U$$ 100.000 dólares em investimento.
 Redação O POVO Online